Superação

Jovem que luta contra doença neurodegenerativa quer ser professor

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Depois de seis anos de estudo, dedicação e muita força de vontade, Diogo Stangherlin, 29 anos, conseguiu realizar um de seus sonhos: concluir a graduação. Além das dificuldades de qualquer acadêmico, o jovem precisou enfrentar obstáculos maiores do que ele mesmo podia imaginar. Hoje, com diploma do curso de licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) nas mãos, ele relembra os momentos de dificuldade que fazem parte de sua história de superação.

_ Primeiro, passei no vestibular, de primeira. Fazia alguns anos que eu já não estudava mais, de 2004 a 2009 _ relembra Diogo.


Estudante realizou o sonho de se formar no início deste ano (Foto: Diogo Stangherlin / Arquivo Pessoal)

O processo seletivo foi só o começo. O jovem tem Ataxia de Friedreich, uma doença neurodegenerativa e, por conta disso, precisa de cadeira de rodas. Além de as pernas não suportar o peso do corpo, a doença atinge o sistema nervoso e, no caso de Diogo, afetou motricidade, visão e audição. E chegar até a sala de aula foi o segundo grande desafio.

_ Logo que eu entrei na UFSM, eram, no máximo, uns dois ônibus que tinham elevador. Eu tinha hora certa para ir e voltar. Um tempo depois, por volta de 2012, o número de ônibus com acessibilidade aumentou _ relembra.

Apesar de estudar em um prédio adaptado, situações rotineiras tornaram-se complicadas para o jovem. O banheiro, por exemplo, não tinha trava na porta. Para ir até o Restaurante Universitário, o caminho era longo e o motociclo em que Diogo se locomovia, sacolejava pelo caminho de pedras do campus.

Em 2011, quando o pai morreu, o estudante quase desistiu do curso. Foi com ajuda de colegas, professores e funcionários da instituição que a rotina melhorou. Ele garantiu o direito de assistir aulas em casa, com monitores. E ainda assim, sempre que podia, frequentava o campus. O jovem lista os professores e amigos que ajudaram a seguir em frente e, preocupado em lembrar de todos, agradece pelo apoio que recebeu para a formatura:

_ Sempre tive a ideia de começar e terminar. Desistir era minha última opção. Mas foi uma época difícil, eu não tinha cabeça para estudar. A Ana Lucia Pivetta, que na época era secretária do curso, foi uma das pessoas que me ajudaram. Ela falou que ia dar um jeito para eu não desistir.

Os colegas também deram uma força na reta final, quando ele fez o estágio e deu aulas em uma escola, confirmando a satisfação da profissão que escolhera e que todo o esforço valeu a pena.

_ Eu gostei de dar aulas, gostei de ser professor. E não é para me exibir não, mas meus alunos gostaram de mim _ relembra o jovem, que sonha em continuar o exercício de professor.

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